As empresas comerciais, bem como as instituições do serviço público, são órgãos da sociedade. Elas não existem por conta própria, mas para cumprir uma finalidade social específica e satisfazer uma necessidade exclusiva da sociedade, da comunidade ou do indivíduo. Não são fins em si, são meios. A pergunta correta a fazer a respeito delas não é "o que elas são", mas sim "o que elas devem fazer e quais suas tarefas?"
A Administração, por sua vez, é o órgão da instituição.
A pergunta "O que é a Administração?" vem em segundo lugar. Primeiro temos de definir a Administração em por suas tarefas.
Há três tarefas de igual importância, mas essencialmente diferentes, das quais a Administração tem de se desencumbir para que a instituição a seu cargo fique capacitada a funcionar e a dar sua contribuição:
- atingir a finalidade e a missão especificas da instituição, seja uma empresa comercial, um hospital ou uma universidade;
- tornar o trabalho produtivo e transformar o trabalho em realizador;
- administrar os impactos sociais e as responsabilidades sociais.
A frase de Amitai Etzioni "nascemos, vivemos e morremos em organizações", tornou-se clássica entre os estudiosos da Administração; ela nos lembra que o mundo atual, por nós criado, é inteiramente organizacional, povoado por micros, pequenas, médias e grandes organizações. Podemos definir a organização, independentemente de seu tamanho, como uma articulação ou arrumação deliberada de pessoas, que visa realizar uma ou mais propósitos específicos usando determinada tecnologia.
Pense bem: a faculdade em que você estuda, a empresa onde trabalha, o clube que frequenta nos finais de semana, o restaurante no qual almoça, a companhia aérea que o transporta para locais longínquos, todos se ajustam, como uma luva, ao conceito de organização acima proposto. senão vejamos:
- todas têm um propósito distinto e que normalmente é expresso em um ou mais objetivos;
- em segundo lugar, cada organização é formada por pessoas. São elas que pensam, planejam as atividades e garantem a sua execução. Podemos afirmar que gente é o núcleo central e a chave do êxito de qualquer organização. Com base nessa linha de raciocínio, Peter Drucker afirma que "as organizações são ficções legais". O que de fato existe são pessoas;
- todas as organizações desenvolvem um tipo de estrutura, de caráter deliberado, de modo que as pessoas possam se articular e realizar suas tarefas. Essa estrutura pode ser aberta e flexível, sem descrição precisa e clara das tarefas a ser executadas, isto é, uma simples rede de relações pouco articuladas. Ou pode seguir padrões tradicionais, com regras e regulamentos formais e claramente definidos, com cargos descritos em detalhe, com "chefes" dispostos em uma estrutura hierárquica exercendo autoridade sobre os "executores". Não importa o tipo, se em rede ou altamente hierarquizadas, mas toda organização sempre necessita e apresentará uma estrutura;
- todas utilizam um determinado tipo de tecnologia, usam um know-how específico para desempenhar suas funções e atingir seus objetivos.
Esses quatro elementos - propósitos, pessoas, estrutura e tecnologia - são críticos para o conceito e o entendimento do que venha a ser uma organização. Contudo, com as mudanças ambientais que adquiriram um caráter de radicalidade e velocidade crescentes, as características do que chamamos organização também começaram a mudar.
Dito de outra maneira, as organizações tradicionais que atendiam razoavelmente bem ás necessidades do mundo em que nossos pais viveram sua juventude não mais atendem às expectativas da atual geração. A tabela abaixo contrasta as características das organizações tradicionais e das novas organizações.